Faz dois anos que o compositor mineiro Calimerio Soares faleceu, em Uberlândia, de complicações decorrentes de uma neoplasia gástrica (câncer de estômago). Eu o conhecia desde o tempo do programa Audições Brasileiras, 2005, e chegamos a ter uma longa conversa via VoIP (creio que por Skype), mas nosso contato constante se dava via e-mail.
Chamado de discreto mestre por Harry Crowl, tivemos duas chances de nos conhecer pessoalmente - nas Bienais de Música da Funarte de 2007 e 2009 -, porém nunca coincidiam os dias em que eu faria a cobertura do evento e que ele acompanharia a apresentação de obras dele. Mesmo assim, nunca perdemos o contato e ele me falava do desejo de rever a Grã-Bretanha, após me acompanhar pela internet durante minha viagem à Irlanda em 2008.
Aliás, nas duas viagens que fiz à Europa, eu tirava uma foto de qualquer órgão que encontrasse para mostrar a Calimerio. Registrada minha lembrança por ele, deixo abaixo um depoimento de Harry Crowl que encontrei no blog PQP Bach e, em seguida, um vídeo caseiro que encontrei no YouTube, onde Calimerio toca cravo em casa, poucos meses antes de partir.
"Fiquei muito chocado com a notícia da morte do Calimerio, que recebi ontem também. Acompanhava a trajetória dele de longe. Sempre enviava notícias de suas apresentações pelas cidades do Triângulo Mineiro, principalmente, mas também do mundo afora. Era uma pessoa generosa e muita simpática com os colegas, dos poucos compositores brasileiros que se interessam pela obra dos outros. Sua linguagem era contida, mas muito bem cuidada, muito apropriada tecnicamente, especialmente para os instrumentos que dominava melhor, como o cravo e o órgão, além do piano. Tínhamos também o interesse pela música antiga em comum. Certamente, o discreto mestre vai fazer muita falta".
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