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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Miniconversa com Marcílio Onofre

Marcílio Onofre. Foto: Divulgação.
De hoje a quinze dias começa a segunda edição do Virtuosi Século XXI, na Livraria Cultura do Shopping RioMar, cujo curador será Marcílio Onofre.

Nascido em João Pessoa, Marcílio é bacharel em piano, estudou composição com Eli­-Eri Moura, que também o orientou em seu mestrado, e passou um ano (2012-2013) sob orientação de Penderecki na Polônia com bolsa do Mozar­teum Brasileiro, tendo recebido seu "Artist Diploma" pela Akademia Muzyczna w Krakowie.

Via e-mail, nosso bate-papo - informal e sem cortes - sobre o Virtuosi Século XXI seguiu o seguinte curso.

Por que a escolha de Gervasoni e Walter, dois compositores relativamente jovens, e desconhecidos até no mainstream nacional da música erudita, para conduzir a tutoria das oficinas de composição do festival?
Confesso que não entendi a pergunta. O quê você entende como "mainstream nacional da música erudita"? Quem são eles?

Seriam as principais faculdades de música do país, os festivais mais importantes e a crítica especializada.
Entendi... então nesse sentidos ambos são bem conhecidos. O Gervasoni, por exemplo, foi professor em Campos do Jordão - um dos principais festivais de música da America Latina e o principal realizado no Brasil - no ano que veio uma "turma grande" do conservatório de Paris (o próprio Sílvio Ferraz - que também virá ao Virtuosi - foi colega dele em curso na fundação Royaumont). O Walter nunca veio ao Brasil mas é nome certo em importantes festivais pelo mundo - o conheci em uma festival na Polônia...
Portanto, eles são bem conhecidos, me permita fazer essa correção.

Certamente há casos de pessoas que se dão por satisfeitas conhecendo apenas uma meia dúzia de nomes mais populares, ninguém é obrigado a sair de sua zona de conforto, claro, nem os músicos nem os críticos.

Respondendo a pergunta: o Stefano e o Caspar foram convidados por serem compositores dedicados e que além de possuírem uma obra muito interessante também são grandes professores e estão formando muitos alunos tanto em Paris (o Stefano) quanto na Alemanha e Suiça - antes de lecionar em Basel o Caspar era docente em Stuttgart.

Quais as linhas estéticas, as influências e as obras mais significativas de ambos?
Penso que não faz sentido falar em linhas estéticas, em ambos os casos. De todo modo, se houver alguma eu diria que é a maneira sensível como ambos se relacionam com diferentes harmonias, timbres, texturas e formas musicais.

E quais os critérios para o convite aos compositores daqui do Brasil? O que eles estão preparando para as palestras?
Utilizamos o critério geográfico para convidar os compositores residentes no Brasil. Além disso, buscamos trazer compositores de relevantes centros nacionais e que estão fazendo música e formando alunos. Isso nos levou a convidar nomes de João Pessoa, da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Gostaríamos de ter convidado mais compositores de outras regiões mas não foi possível por limites orçamentários. Ficará para o próximo ano...

O que você pode falar sobre o Duo Kociuban-Gamsachurdia e sobre Clément Himbert para o público recifense?
Não conheço o Clément Himbert mas posso dizer que apresentará um bonito programa com obras de compositores residentes no Brasil e compositores estrangeiros. Dentre as obras que serão tocadas por ele destaco a conhecida Sequenza, do compositor italiano Luciano Berio (1925-2003). O jovem Duo Kociuban-Gamsachurdia é formado pois dois jovens mas experientes intérpretes. O polonês Wiktor Kociuban é violoncelista e georgiano, Demetre Gamsachurdia é pianista. Ambos residem na Suiça, em Basel, e, além de ótimos instrumentistas, eles estão engajados na cena contemporânea e procuram novas obras e desafios interpretativos. Eles apresentarão um programa formado por obras escritas para eles de compositores de diferentes partes do mundo. Será um concerto muito interessante, sem dúvida.

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