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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Levada ad libitum

Maestro Clóvis Pereira. Foto: Divulgação/Facebook.

Tive acesso (por meio do blog PQP Bach) a uma gravação da Grande Missa Nordestina, de Clóvis Pereira, feita em 1979 e comparei-a com a de 2005. Atendo-se ao Kyrie e ao Gloria, os dois movimentos de maior ênfase rítmica, pode-se notar que as diferenças entre as interpretações são brutais no papel da percussão, e um pouco no fraseado do barítono solista no Gloria.

O Kyrie da gravação 1979 usa um pandeiro no lugar dos chocalhos de 2005 e imprime uma célula rítmica de galope acelerado, que é o que se adequa aos caboclinhos que inspiraram o compositor. Já o Gloria, na gravação de 2005, usa triângulo e zabumba tocando em ritmo de baião, mas na 1979 há apenas o mesmo pandeiro do Kyrie tocando em ritmo de samba de coco - um gênero musical mais "de raiz" que o popularizado baião - e fazendo "paradinhas" características do coquistas.

Agora, só conversando com o compositor para saber qual das duas interpretações condiz com a intenção dele, pois são padrões rítmicos totalmente distintos que estão em questão. Detalhe: Clóvis regeu as duas versões. Por sorte, ele mora a seis quadras de minha casa, de frente pra minha faculdade, e posso consultá-lo quando for oportuno.

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